Osteoporose: Causas e Tratamentos

A osteoporose é uma condição que afeta a saúde óssea de milhões de pessoas ao redor do mundo, sendo uma das principais causas de fraturas, especialmente em idosos. No Brasil, estima-se que aproximadamente 10 milhões de pessoas convivam com essa condição, de acordo com o Ministério da Saúde. A doença se caracteriza pela perda progressiva de massa óssea, o que deixa os ossos mais frágeis e propensos a fraturas mesmo com traumas mínimos. 

Com o avanço da idade, especialmente após a menopausa nas mulheres, a osteoporose torna-se uma grande preocupação para a saúde pública, exigindo cuidados preventivos e um tratamento adequado.

Mas afinal, o que causa a osteoporose? Como identificar os sinais desta condição antes que uma fratura ocorra? E, talvez o mais importante, quais são os melhores tratamentos para prevenir e tratar essa perda óssea? Vamos explorar todas essas questões de maneira detalhada.

Mulher idosa sorrindo enquanto pratica atividade física, representando a prevenção da osteoporose e qualidade de vida.

O que é a osteoporose?

A osteoporose é uma doença metabólica do osso, na qual ocorre uma diminuição da densidade óssea e uma alteração da microarquitetura óssea. Como resultado, os ossos se tornam mais frágeis e suscetíveis a fraturas. 

A condição é mais comum em mulheres após a menopausa devido à queda nos níveis de estrogênio, um hormônio que tem papel fundamental na preservação da massa óssea. No entanto, homens também podem ser afetados. Isso acontece especialmente após os 65 anos, quando a produção de testosterona — que também tem um papel protetor para os ossos — começa a declinar.

O nome “osteoporose” significa “ossos porosos”, e é exatamente isso que ocorre. Os ossos perdem minerais como o cálcio, tornando-se menos densos e mais suscetíveis a quebras. 

A osteoporose é uma doença silenciosa e indolor; e por isso, uma fratura pode acontecer. Isso reforça a importância da prevenção e de exames periódicos para avaliar a saúde óssea.

Causas da osteoporose

A osteoporose pode ser causada por diversos fatores, que podem ser classificados em modificáveis e não modificáveis.

1. Fatores não modificáveis:

  • Idade
    O envelhecimento é o maior fator de risco. A partir dos 30 anos, começamos a perder mais osso do que produzimos, e essa perda acelera conforme envelhecemos.

    Sexo
    As mulheres são mais propensas à osteoporose, especialmente após a menopausa, devido à redução nos níveis de estrogênio.

    Histórico familiar
    A predisposição genética também desempenha um papel importante. Se seus pais tiveram fraturas ósseas após os 50 anos, há uma maior chance de você desenvolver osteoporose.

    Origem: Pessoas brancas e asiáticas têm um risco maior de desenvolver a doença em comparação com pessoas de outras raças.

2. Fatores modificáveis:

  • Sedentarismo
    A falta de atividade física regular é um dos maiores fatores de risco para a osteoporose. Exercícios de impacto moderado, como caminhada e musculação, são essenciais para fortalecer os ossos.

    Alimentação pobre em cálcio e vitamina D
    O cálcio é um dos principais minerais responsáveis pela formação óssea. A vitamina D, por sua vez, é crucial para a absorção de cálcio pelo organismo.

    Tabagismo e consumo excessivo de álcool
    O cigarro e o álcool interferem na absorção de cálcio e contribuem para a perda óssea.

    Uso prolongado de medicamentos
    Diversos medicamentos podem afetar a saúde dos ossos. Entre eles, os corticosteroides e anti inflamatórios, quando usados em excesso, são associados à perda de densidade óssea.

    Sobrepeso, baixo peso ou diabetes
    Alterações metabólicas, como obesidade, magreza extrema e diabetes, estão associados ao desenvolvimento da osteoporose. 

Fatores hormonais e osteoporose

Os hormônios desempenham um papel vital na saúde óssea. Como mencionado, nas mulheres, a queda no estrogênio após a menopausa é um fator-chave para o desenvolvimento da osteoporose. Além disso, doenças da tireoide, como o hipertireoidismo, podem aumentar o risco de perda óssea. Nos homens, a diminuição gradual da testosterona com o envelhecimento também contribui para a fragilidade óssea.

Sintomas e sinais de alerta

A osteoporose é frequentemente chamada de “doença silenciosa” porque muitos pacientes não apresentam sintomas até que ocorra uma fratura. As fraturas mais comuns são as de quadril, punho e vértebras (ossos da coluna). No entanto, é possível que elas ocorram em qualquer parte do esqueleto. No entanto, alguns sinais podem indicar a presença de osteoporose:

Fraturas frequentes ou após traumas leves
Se você quebra ossos facilmente, mesmo após quedas menores ou sem impacto significativo, pode ser um indicativo de osteoporose.

Dores nas costas
Dores persistentes na região lombar podem ser causadas por fraturas vertebrais, que são comuns em pessoas com osteoporose.

Redução da estatura
A perda de altura, principalmente devido a fraturas nas vértebras, é um sinal clássico da osteoporose.

Postura curvada
A cifose, que é uma curvatura anormal da coluna, também pode ser resultado de fraturas vertebrais causadas pela osteoporose.

Se você tem algum desses sintomas ou fatores de risco, é importante consultar um médico, especialmente um reumatologista, que é o especialista indicado para diagnosticar e tratar a osteoporose.

Como tratar a osteoporose?

O tratamento da osteoporose tem três objetivos principais: 

  • Retardar a progressão da perda óssea;
  • Aumentar a densidade óssea;
  • Prevenir fraturas. 

A abordagem pode variar dependendo da gravidade da doença, da idade do paciente e da presença de outros problemas de saúde.

Medicamentos para osteoporose

Bifosfonatos

Estes são os medicamentos mais prescritos para tratar a osteoporose. Eles atuam reduzindo a reabsorção óssea, ajudando a manter a densidade óssea e a prevenir fraturas. Exemplos incluem ácido zoledrônico, alendronato, ibandronato, pamidronato, risedronato; que podem ser tomados por via oral diária, semanal ou mensalmente; mas também por via endovenosa anualmente.

Denosumabe

O Desonumabe é um medicamento antireabsortivo, utilizado para fortalecer os ossos, especialmente em pessoas com osteoporose. Ele age bloqueando uma substância que destrói o osso, ajudando a manter a densidade óssea e prevenindo fraturas. O tratamento é feito com uma injeção que você recebe a cada seis meses.

Terapia de reposição hormonal (TRH)

Nas mulheres pós-menopáusicas, a TRH pode ser uma opção eficaz, especialmente para aquelas que também apresentam sintomas da menopausa, como ondas de calor. Ela ajuda a repor os níveis de estrogênio, mantendo a densidade óssea.

Raloxifeno

Um medicamento que imita o efeito do estrogênio nos ossos, sem afetar outros tecidos, como os seios ou o útero, sendo uma alternativa segura para muitas mulheres.

Terapias anabólicas

Medicamentos como teriparatida, abaloparatida e romosozumabe estimulam a formação de novo tecido ósseo, sendo indicados em casos mais graves de osteoporose, onde há um risco muito elevado de fraturas.

Suplementos de cálcio e vitamina D

Embora não sejam suficientes por si só para tratar a osteoporose, são essenciais no tratamento, pois fornecem os nutrientes necessários para manter a saúde óssea.

Além dos medicamentos, mudanças no estilo de vida são fundamentais para controlar a osteoporose e prevenir fraturas. As principais medidas incluem:

Atividade física regular
Exercícios que envolvem impacto moderado, como caminhar, subir escadas e exercícios com pesos leves, ajudam a fortalecer os ossos e melhorar o equilíbrio. Isso é crucial, pois a melhora do equilíbrio reduz o risco de quedas e fraturas.

Dieta rica em cálcio e vitamina D
O cálcio é um mineral essencial para a saúde óssea, e a vitamina D é crucial para a sua absorção. Fontes alimentares de cálcio incluem laticínios (leite, queijo, iogurte), vegetais de folhas verdes (espinafre, brócolis) e peixes como sardinha e salmão. 

A vitamina D, apesar de também ser obtida por meio da exposição solar e de alimentos como peixes gordurosos e ovos, pode ser suplementada quando necessário. 

Evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool
O fumo e o álcool estão associados à perda de massa óssea e a um risco maior de fraturas.

Prevenção de quedas
Adaptar a casa para evitar quedas, como remover tapetes escorregadios, instalar corrimãos e manter a casa bem iluminada, pode fazer uma grande diferença, especialmente para idosos. Neste ponto, é importante também controlar os fatores de risco para tontura, além de realizar treinos de marcha e propriocepção (percepção do próprio corpo no espaço), para evitar quedas. 

Estilo de vida e osteoporose

Subtipos de osteoporose

Existem diferentes subtipos de osteoporose, e compreender essas variações pode ajudar no tratamento mais eficaz:

Osteoporose primária

Esta é a forma mais comum e está associada ao envelhecimento e à menopausa. Com o tempo, todos perdem alguma densidade óssea, mas em pessoas com osteoporose, essa perda é acelerada.

Osteoporose secundária

Ocorre como resultado de outras condições médicas ou do uso prolongado de certos medicamentos, como corticosteróides.

A osteoporose é uma doença que exige atenção e cuidado contínuos. Embora seja uma condição silenciosa, pode ter um grande impacto na qualidade de vida se não for tratada adequadamente. 

A boa notícia é que com os avanços da medicina, o diagnóstico precoce e um tratamento adequado, é possível viver uma vida plena, com ossos fortes e saudáveis. Se você tem dúvidas sobre sua saúde óssea, consulte um reumatologista para orientações personalizadas e exames adequados. 

E lembre-se, cuidar da sua saúde óssea desde cedo, com uma dieta equilibrada, exercícios regulares e a adoção de hábitos saudáveis, é a melhor maneira de prevenir a osteoporose e garantir uma vida sem fraturas.

Mais perguntas e respostas sobre Osteoporose

Embora a osteoporose não tenha cura, é possível prevenir a progressão e, em alguns casos, aumentar a densidade óssea com o tratamento correto. Além de medicamentos, a prática de exercícios e uma alimentação rica em cálcio são fundamentais.

Sim! Exercícios físicos são recomendados para fortalecer os ossos e melhorar o equilíbrio. Caminhada, musculação leve e exercícios de equilíbrio são especialmente importantes para reduzir o risco de quedas. Todos os exercícios devem ser feitos sob orientação do médico e de um educador físico. 

Uma dieta rica em cálcio e vitamina D é fundamental para quem tem osteoporose. Inclua alimentos como laticínios (leite, queijo, iogurte), vegetais de folhas verdes e peixes como salmão e sardinha.

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